quinta-feira, 9 de julho de 2020

Adeus Júlio Saraiva

       Conheci Júlio Saraiva em Porto Alegre, quando trabalhava na Secretaria de Cultura do Estado, no IACEN, numa avaliação de projetos para o Festival de Bonecos para Canela . Éramos  três avaliadores: as irmãs Graziela SaraivaTânia de Castro e eu. Havia uma data limite para a entrega dos Projetos e esta já tinha encerrado. Então Julio Saraiva apareceu querendo que nós os jurados, desrespeitando o Edital, aceitássemos seu projeto. Ignoramos seu pedido e fomos para a sala escolher os espetáculos dos bonequeiros. Quando terminamos nossa tarefa lá estava Júlio Saraiva nos aguardando. Havia no ar um clima de tristeza e um certo desconforto. Indo embora levei comigo a sensação de que naquele dia eu havia arrumado um  inimigo declarado.  Como eu estava enganada!                           
       Com o passar do tempo Julio Saraiva foi se tornando um querido amigo. Toda vez que me encontrava se mostrava gentil e muito alegre. Nossa amizade foi crescendo a medida em que nossos caminhos se cruzavam. E num Carnaval ele, então, fez um vídeo para mim. Foi um presente inesquecível. Quando ele estreou Maria Farrat com as Juliet´s podemos ver a sensibilidade de um grande artista. Havia naquele espetáculo  poesia e uma direção segura e cheia de ternura.                                     
        Julio se foi, mas deixou em todos nós que o admirávamos um vazio, um espaço que jamais será ocupado. Quis escrever este texto para homenagear um artista cuja delicadeza e amor conquistou todos que tiveram a honra de conviver com ele. Não existe adeus, caro Júlio Saraiva, mas até breve.    

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Violência Doméstica

No livro Índice da Maldade, Hernâni Carvalho classifica vários perfis que identificam o agressor doméstico. A violência doméstica cada vez se expande mais. Parece que quanto mais independente e capaz a mulher se torna, mais ela é atingida pelo domínio do homem machista e invejoso do sucesso de sua companheira. Ele não aceita nem aplaude a vitória daquela que lhe faz sombra. O perfil do violador é quase sempre o mesmo: no primeiro ano da relação ele se comporta como um agradável companheiro, passando a se tornar critico e ofensivo no ano seguinte. Depois as ofensas seguem uma vez por mês até atingir semanalmente e por fim, diariamente. É tudo sempre igual. Ele tem que humilhar, quebrar a auto estima da companheira.
Não precisa ser violência física, pois o covarde é feliz ofendendo com palavras procurando destruir tudo que seja possível naquela que ele escolheu como vitima. Ele sente prazer em se fazer de ofendido, acusa a mulher de magoá-lo e não aceita ser criticado ou que lhe apontem seus erros e suas palavras que ferem mais que um punhal. Cada vez que ele se excede nas ofensas costuma pedir perdão e presentear a ofendida. Tenta encobrir as agressões com agrados para que a vitima lhe desculpe e esqueça o sucedido, para novamente voltar a repetir o que já se tornou rotina.
Muitas mulheres sofrem caladas, escondendo dos parentes, dos amigos sua dor, por vergonha e por medo. Denunciar significa expor a verdade a público e isto pode trazer sérias consequências, pois o maníaco descoberto é capaz de cometer as maiores barbaridades.
Quando a casa é sua ele sente prazer em expulsar a mulher, quando está na casa de vítima ele se acomoda como um pássaro no ninho. Não sente vergonha, nem pudor, age como um canalha. Quando abandonado, o agressor doméstico mata  não por amor ou por ciúmes, mas sim porque perdeu seu objeto de tortura, então, por isso, desesperado, comete a loucura de também tirar sua própria vida. Este tipo de pessoa, é um ser doente,  geralmente um sociopata, incapaz de amar. 





terça-feira, 2 de outubro de 2018

Sobre as mudanças planetárias..

          Muito tem se falado sobre mudanças no nosso planeta. Mudanças não só físicas, como deslocamentos dos eixos, mas  mudanças para um plano superior. Dizem os entendidos que estamos na transição do plano de expiação para o de regeneração. E essas mudanças já se fazem notar, principalmente no comportamento das pessoas. Paira no ar uma intolerância, certa irritabilidade em todos. Já não temos paciência para com os outros nem tempo para perdermos com lamurias que pouco nos interessam. Estamos vivendo momentos de extrema correria, com muita pressa para chegarmos no fim, a lugar algum.
           Hoje muita informação na internet fala sobre grandes catástrofes, mudanças do clima e etc.  Há pesquisas mostrando a proximidade de um cometa em direção ao sol que causaria uma explosão mexendo com todo nosso sistema planetário. Viveríamos três dias de escuridão total onde todas as comunicações seriam cortadas e só sobreviveriam os "escolhidos", os preparados para esta grande tragédia. Isto para quem já leu, também está na Bíblia,  Apocalipse.
          Falam também que tal cometa de nome Nibiru ou Planeta X  desde 2012 vem modificando a terra com a emissão de raios causando terremotos, tsunamis, abalos sísmicos, enchentes, desastres na natureza de forma rápida e brutal causando inúmeras mortes coletivas. Não sabemos a veracidade desses fatos, mas é perceptível que existem muitos eventos complexos acontecendo no mundo, de uma maneira ou outra, sabemos que isso faz parte da limpeza da terra. Cientistas dizem estar estudando esta possível proximidade e relacionando tudo com as transformações no planeta e o comportamento da humanidade. O crescimento de homicídios, suicídios, tragédias familiares aliados a uma insensatez desenfreada mostrando que nossos neurônios estão  diariamente sofrendo pela proximidade da grande transformação e inversão dos pólos que dizem brevemente acontecerá.
         Mediante tais notícias, independente de ser real ou não, só nos resta orarmos por nós e pela humanidade. Vamos confiar neste Deus de extrema bondade e misericórdia que nos perdoe e não nos abandone tendo misericórdia de nossa Mãe Terra  de nossas imperfeições e nossa falta de fé.
           Ainda temos tempo para deixarmos o Ter e procurarmos mais Ser.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

CEBE em Lisboa, Portugal

           CEBE: Centro de Estudos Bioenergéticos é um lugar onde prestamos serviços de atendimentos a pessoas desorientadas e sem saída, que depois de procurarem soluções para seus sofrimentos em todos os lados batem a nossa porta.
         Somos um grupo de trabalhadores voluntários que se dedicam a atender irmãos perdidos na luta pela sobrevivência na matéria e principalmente no espírito. Sabemos que estamos num planeta de expiação tentando resgatar dívidas passadas e, muitas vezes, do presente. Somos passageiros numa viagem onde viemos aprender, ensinar, resgatar e, depois partir para nosso verdadeiro lar.
         Nós trabalhadores desta seara somos os mais necessitados e sabedores desta realidade, precisamos nos doar, com amor, resignação, trabalhando constantemente nossa evolução espiritual.
         Temos auxilio dos Mestres Ascensos, Chama Violeta, São Miguel Arcanjo, Saint Germain, São Francisco de Assis e muitos outros divinos amigos e suas falanges espirituais. Aqui prestamos um atendimento onde não existe nenhum tipo de cobrança, apenas a fé e a certeza que nada nos acontece  por acaso!
         Neste trabalho de doação o objetivo principal é trazer ao irmão necessitado  orientação,  ajudando-o na sua caminhada para seu encontro com o desenvolvimento de sua espiritualidade. Essa é nossa missão. Este é nosso compromisso com o mundo espiritual. Só tenho a agradecer essa oportunidade de encontrar esse espaço aqui, do outro lado do oceano... me sinto em casa.

sábado, 1 de setembro de 2018

Vivendo em Portugal


             Estou morando em Portugal há oito anos. Foi preciso atravessar o oceano para minha vida mudar seu rumo e eu descobrir a verdadeira missão da minha caminhada. Foi um encontro que eu sem saber, buscava desde que nasci. Nesta terra distante de tudo que me cercava e num mundo estranho e tão diferente só tinha como companhia eu mesma e nas horas de solidão e tristeza era eu  quem enxugava minhas lágrimas até cansar. Muitas vezes quando o desespero chegava ia contemplar o rio Tejo. Nas águas calmas, às vezes nervosas, daquele azul-esverdeado ia encontrando a paz, a serenidade e o consolo. Este foi o meu primeiro amigo e continua sendo meu grande ouvinte. Foram  muitos momentos de dor, sofrimento, solidão e amargura.

               Mas  todos estes anos valeram para as descobertas que foram acontecendo devagarinho, entrando no meu consciente e depois criando raízes no meu coração. Aos poucos fui descobrindo meu Deus interior e sabendo que ninguém pode tirar nossas conquistas pessoais e que a paz e a felicidade estão dentro de nós e que não precisamos de ninguém para sermos felizes. Quando se chega a este conhecimento, o outro já não nos pode ofender nem magoar mais.

                Procurando um lugar para frequentar e saciar minha sede de melhorar cada vez mais como pessoa fui parar num centro espírita kardecista em Lisboa, chamado Perdão e Caridade, nas Janelas Verdes. Lá ouvindo as palestras e tomando passes ia aos poucos voltando as minhas origens. Que vontade que tinha de trabalhar naquele lugar de paz e amor. Ofereci meus trabalhos à direção que não se mostrou muito interessada. Mas foi lá que encontrei meu destino e descobri porque Deus me trouxe para esta terra e porque estava em constante luta para continuar aqui.

               Foi numa terça-feira que tudo aconteceu. Após os trabalhos encontrei um casal e começamos a conversar sobre a palestra que nos deixara todos muitos sensíveis, quando o senhor começou a chorar. Aproximei-me e o abracei tentando consolá-lo. Sua companheira vendo o meu gesto, subitamente, comentou: - "Fernando leva ela para o CEBE."(Centro de Estudos Bioenergético).  Ele, ainda enxugando as lágrimas, me olhou e disse: -" Quarta-feira, ás 14h esteja em Roma/Areeiro para falar com dona Tereza,  Ricardo e dona Leonor, o trio de videntes para uma avaliação espiritual.
               Nada é por acaso e lá, depois de ser avaliada como médium, encontrei meu caminho e descobri porque Deus me trouxe para Portugal!






domingo, 26 de agosto de 2018

É Só Querer e Consentir

Faz muito tempo que não escrevo, achei até que não encontraria mais este cantinho onde guardo tantas recordações.  Hoje, depois de vários amigos pedirem para que eu escrevesse alguma coisa sobre meu passado, resolvi  então escrever. Não sobre o Teatro de Revista. Não sobre o que não existe mais. Foram tantas as perdas que resolvi não postar mais nada. Então vendo um vídeo sobre a vida do médium Luiz Gasparetto e sua partida fui lembrando de uma entrevista que ele havia dado ao Jô Soares.

Rolei o mouse e lá estava ela. Resolvi revê-la. O Jô tentando desmistificar o médium e ele naquela humildade que só os iluminados possuem, seguia sem vacilar respondendo as provocações do apresentador. Não estou criticando a postura do, pois este era seu papel: fazer o público rir, mas admirando como Gasparetto ia respondendo, explicando e tentando se fazer entender numa verdadeira fogueira de interrogações sem limites.

Chegou, então, a hora da verdade. O médium vestiu um avental e numa pequena mesa começou com as mãos, numa rapidez incrível, a desenhar e fazer pinturas de famosos pintores falecidos. Na platéia um silêncio. No palco uma emoção que fez com que o respeito tomasse lugar da zombaria. Chorei muito revendo aquele que partiu e deixou um precioso legado para nós:  sua fé.
        Engraçado, não queria falar de morte, mas parece que ela se faz presente sempre que começo a escrever! Queria falar que todos temos a capacidade de trabalharmos nossa evolução espiritual, aceitarmos que existe uma força maior que nos guia e comanda nossas vidas e que para isto é necessário apenas o nosso consentimento. E como consentimos? Mudando nossos pensamentos, nossas atitudes e nossas palavras.  Querer é poder e nós podemos, sim, cada dia sermos pessoas melhores.  Até breve!



domingo, 19 de março de 2017